sorry folks: u forgot tha say 'please'
voltaremos quando vos for mais inconveniente

de suicídios comerciais

Com o de mais relevante à BD nacional a encerrar fim-de-semana por Beja, regressam os nossos ilustres às respectivas capelinhas repastados de conversas fartas e barriguinhas repimpadas, porventura escapando-lhes na satisfação a nota do encerramento premonitório de actividades da Mnrngnngrnngr publicada hoje online no seu sítio. Perguntando-nos se haverá relação e investidos em modos mínimos de serviço público como os que Marcos Farrajota várias vezes assina no seu blog, replicamos a dita à vossa atenção.

A mnrrrnnrngrg-cenas, "editora de 'Art Brut Comix' de artistas de BD 'outsider'", desiludida com promessas feitas,

As nações do mundo prometeram que até 2015 iam acabar com a pobreza extrema, promover a igualdade de género, assegurar a sustentabilidade ambiental entre outras belas patranhas.
in "MNRG : Objectivo 2020" 27 maio 2018

...e estado da arte em comix,

Dezoito anos depois continua-se a papar grupos como "novelas gráficas" secas, vazias e redundantes como se fossem Literatura ou Arte.
in "MNRG : Objectivo 2020"27 maio 2018

...adianta data para fechar portas. A versão curta:

18 anos a praticar Suicídio Comercial é muito tempo. Em 2020 já cá não estaremos.

Estamos em 2018 e tudo piorou.
2020 não será melhor.
E não estaremos cá para isso.

Percebemos que perdemos tempo. Já chega.
in "MNRG : Objectivo 2020"27 maio 2018

Tivessem Farrajota ( e "Joana Pires desde 2010" ) acompanhado este nosso espaço com alguma ponderação teriam alcançado semelhantes conclusões em prazos mais expedidos. Mas sentimo-nos particularmente visados no parágrafo que segue:

Até porque passado 18 anos ainda ninguém consegue dizer MMMNNNRRRG!
in "MNRG : Objectivo 2020"27 maio 2018

Culpados: enrola-nos a língua, como se enrola a lógica por detrás das datas adiantadas:

Ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo
in "MNRG : Objectivo 2020"27 maio 2018

Poético a roçar no filosófico mas estranhamos o gosto recém adquirido por esses cânones da estética por uma editora que sempre sobressaiu o bruto ante o belo: efectivamente, em "modo 'fade out'" que se prolonga. Fora os mais recentes Tommi Musturi e Anton Kannemeyer não nos recordamos de obras que nos tivessem motivado atenção entretanto, e dizemos isto acabados de folhar em mãos o catálogo da nnnrgm-cenas que encontrámos no stand partilhado da Chili no "cemitério de livros, que é a Feira do Livro de Lisboa" (*).

*) Well duh! Com todos a Beja por onde pensam que andamos?

E de reparos pessoais, a concluir. A coincidência de tropeçar no post saídos da Chili e uns meros três minutos depois de publicado online, onde os próprios se enrolam em digressões literárias de marcos temporais com adiantamentos de prazos a infligir e eras que se foram, convence-nos a terminar este texto na influência do Tempo e como esse nos determina. Filosofemos, importa-nos: i) tudo tem o seu tempo, ou ii) tudo se repete? Ou, iii) a seu tempo, tudo se repete? Tivéssemos lido a missiva momentos antes teríamos folheado aqueles livros com outra atenção, a que investimos em peças fora de circulação que a história engole ao esquecimento e o acaso da descoberta nos exige a abrigar. Quis a fortuna - se estamos em filosofar in ironis... - que a ordem de eventos fosse contrária, por isso terminamos a nossa incursão na feira com dois livros distintos que ocuparão na sua vez o lugar em estante. Um recente, "obra emblemática sobre a resistência contra o totalitarismo e a censura" publicado entre nós pela G.Floy e com honras de montra central. Outro mais antigo, idem idem, por uma Marginália Editora - um nome fácil de recordar! - resgatado de caixote recôndito atrás de balcão - irrompemos stand adentro mas pedimos permissão, it’s all good –, uma daquelas peças fora de circulação que a história engole ao esquecimento. Desse, a nossa moral.


"Foi você que votou neles?" por José Santos 1995

Ao ler esta história, reconhecerá facilmente as fragilidades e o ridículo de muitas das situações que nos vêm envolvendo na última década. E aquilo que pode parecer datado, mais não é que o recrudescimento do saloísmo de quem, ao serviço público, prefere o "self-service".

A ironia, como forma refinada de exercer a crítica tem na Banda Desenhada a possibilidade de, aliando o desenho à escrita, ser duplamente corrosiva.

Não se pense, no entanto, que não vale a pena. A democracia e a liberdade conseguem sempre colorir os cinzentismos. Cremos que esta leitura lhe proporcionará um longo sorriso e uma profunda reflexão.

Cremos que sim. E anunciamos igualmente que por cá estaremos em 2020 para alinhar desenho à escrita em duplo exercício.


xtra! 28 maio 2018



Oopps: entretanto removido, divulgado fora de tempo?

Deixamos aqui uma cópia recuperado das interwebs para registo futuro :)

Objectivo 2020

18 anos a praticar Suicídio Comercial é muito tempo. Em 2020 já cá não estaremos. Extinção.

Para já porque nos prometeram, em 2000 - ano que aparecemos -, que as nações do mundo prometeram que até 2015 iam acabar com a pobreza extrema, promover a igualdade de género, assegurar a sustentabilidade ambiental entre outras belas patranhas.

Estamos em 2018 e tudo piorou.
2020 não será melhor.
E não estaremos cá para isso.

Até porque passado 18 anos ainda ninguém consegue dizer MMMNNNRRRG!

Dezoito anos depois de apresentar autores em Portugal e no mundo que fazem diferença, continua-se a papar grupos como "novelas gráficas" secas, vazias e redundantes como se fossem Literatura ou Arte. Pior que a "bedófilia" do super-herói e outros lixos "teenagers" é ver gato a passar por lebre nas livrarias. Mete-nos nojo e percebemos que perdemos tempo. Já chega.

Em 2020, damos o berro, não o fazemos antes porque temos ainda finlandeses, contorcionistas e k7s para editar. E um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo

Aproveitando enquanto decorre este cemitério de livros, que é a Feira do Livro de Lisboa, para anunciar que estamos em modo de "fade out". A Associação Chili Com Carne, que quase desde o início nos tem apoiado com a promoção da editora, irá gerir esta falência espiritual com campanhas de desconto e promoções dos últimos exemplares das nossas edições.
Não será um final humilhante como outros que acontecem por aí.
Até 2020 ainda lançaremos algumas edições para irritar os fatalistas. Um novo livro de Tommi Musturi, um livro de outro autor finlandês a divulgar em breve, uma k7 com originais e remixes de Black Taiga, em parceria com a Rotten Fresh, os últimos objectos da AcontorcionistA - o mais recente, é o Baralho que já circula e um muito desejado segundo número do Subsídios
A Besta sempre teve dignidade, até na Morte.

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Fundada por Marcos Farrajota em 2000 e dirigida com Joana Pires desde 2010, a MMMNNNRRRG publica "Art Brut Comix" de artistas de BD "outsider" de toda a parte do planeta: Portugal, EUA, Reino Unido, Croácia, Finlândia, Sérvia, Roménia, Holanda, África do Sul, Bélgica, Grécia, Rússia e Suécia. Tendo a primazia o livro em offset não impediu de inaugurar o boom dos graphzines em serigrafia em Portugal e experimentado outros formatos menos convencionais. Desde 2015 que lança k7's de "música inesperada" - Black Taiga, Melanie is Demented, Traumático Desmame, BLEID - com as embalagens mais saudáveis do planeta.
Trabalhámos com a Escola Ar.Co. (num projecto que incluía Ana Hatherly, António Poppe,...), recebemos o prémio TITAN em 2010 com Já não há maçãs no Paraíso de Max Tilmann; em 2011, cinco dos autores que publicamos (Janus, André Lemos, Pepedelrey, João Maio Pinto e Tiago Manuel) tinham trabalhos expostos na exposição Tinta nos Nervos no Museu-Colecção Berardo; Caminhando Com Samuel de Tommi Musturi foi seleccionado para o livro de referência 1001 Comics You Must Read Before You Die de Paul Gravett; em 2014 W.C. de Marriette Tosel foi selecionado para um concurso da Society of Illustrators (Nova Iorque); em 2016, Anton Kannemeyer participou na polémica conferência da Fundação Gulbenkian Foundation e ganhou o Prémio Nacional de Melhor Álbum de autor Estrangeiro com Papá em África na Amadora BD.


Xtra ao xtra! sem data porque é divertido mas não fazemos disto a nossa vida


...e entretanto novamente online, (*), desta vez com desenvolvimentos sobre a lógica inicial.

E um número redondo é um número redondo. 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo...
in "MNRG : Objectivo 2020" 27 maio 2018

* "Perguntamos-nos se haverá relação..."


desistes?