sorry folks: u forgot tha say 'please'
voltaremos quando vos for mais inconveniente

switchin' off

A propósito de comics digitais, do “e tal como os audiovisuais, a BD é um meio muito permeável às novas tecnologias” a que nos referimos na nossa última instalação d”OS POSITIVOS, OS CÓMICOS E TU: de nada...”, e já que pelo menos dois dos COMICS! Et al. deste ano debruçam-se sobre cinema: uma nota.

O digital traz a campo novas misturas entre estes dois meios “essencialmente visuais” para académico problematizar. Exemplo do Guided View do/da Comixology, citamos de uma entrevista sobre o papel do “editor”:

“Internally, the staff here that “authors” the Guided View are called digital editors. When the editors get the digital files from publishers (they) use a proprietary tool to draw boxes on each page and arrange them in the order we want the reader to move through the book in GV. (...) When we finish, we go back and look at the book in GV to check that it reads well and perfect any adjustments we feel are necessary.”

“You have to give a lot of thought to when and how you will zoom in or slide across the page, and what that kind of transition implies in telling the story. “

“It’s rarely a one-size-fits-all formula when it comes to how to set GV.  We run into at least ten exceptions a day for every “rule” we make and it takes creative analysis of the comic to figure out how to adhere to the intention of our guidelines with the particular exception we have in front of us. The intention of the guidelines is, in every instance, to re-tell the story that the creators have told in the cinematic format of GV.
Tia Vasiliou, "an editor with comiXology", Maio 2016

Aos mais distraídos: sobre a BD é feita uma “montagem”. Reforçamos, da mesma entrevista:

“Comics tell a sequential story and Guided View (GV) breaks down the sequence to its individual beats adding a cinematic quality when you’re reading on a screen.”

Académicos: go wild!

Para o ano já podem contemplar o "best editing" nos Eisner Awards.


Hum, duas notas. A segunda:

Ao contrário dos webcomics que agora começam a ganhar forma – e está prometido: havemos de voltar a este tópico-, os comics digitais são grosso modo a contraparte digitalizada da versão impressa que segue a tradição da página/livro enquanto formato distribuídos por novas plataformas.

Avaliando pelas principais editoras que lhe dão razão, mais que provavelmente a fase digital do processo antecede já a etapa final de publicação material da BD, e essa sequência a longo prazo não será inocente sobre a influência que se exercitará na industria, e desta, o meio em si. Mas mais sobre a bitmitização (o Real Nós, ontem) da BD quando falarmos de webcomics. Voltando à “contraparte digital dos comics impressos distribuídos por novos canais”: ainda que não representem algo de tão revolucionário como os webcomics –sentem a nossa ânsia? – a massificação da BD por ipads-e-cenas no seu formato actual não é tão desprovido das suas próprias nuances tecnológicas que, por sua vez, promovem uma certa definição de BD e o seu respectivo consumo. O Guided View é um exemplo. Outro, e mais recente é ainda mais chocante: o “Bubble Zoom” do Google Play apresentado há dois dias. Neste, os “balões” são reconhecidos automaticamente pelos mecanismos de inteligência artificial e destacados sobre a arte (mais sobre IA e Cómicos em “A Obra de BD na Era da Inteligência artificial", o Real Nós, mês passado).

Não nos vamos alongar neste tópico hoje mas deixamos uma pista de intenções: se no GV fazem-nos a “montagem” da BD determinando a sua sequência de leitura, no BZ extraem e separam o texto do desenho. Texto, imagem e a sua sequência: só entre estas duas soluções –proprietárias-, acabaram de reinventar a própria definição de BD.

Académicos, de volta à vossas bibliotecas!

Este gaijo, vai à praia.

a maior BD!