sorry folks: u forgot tha say 'please'
voltaremos quando vos for mais inconveniente

sammy the mouse

( e outras considerações )

Pouco a pouco lá encontramos razões para ainda nos demorarmos pela BD. Este fim de semana a esperança reacendeu-se na leitura de “Sammy the Mouse – book 2” do Zak Sally.

No início fomos remetidos para a taciturnidade de um “Skyscrappers of the Midwest” de Joshua W. Cottter, mas a meio da história já deambulávamos por territórios mais familiares ao nosso santo graal pessoal da BD: “Cerebus” do Dave Sim 1, por via dos eventos que se sucedem e alternam sem qualquer escusa ou dilucidação por parte do seu autor e que por mais dissociados que pareçam estamos absortos da sua absoluta necessidade e eminente inevitabilidade - em contraponto à hedionda aleatoriedade de um artsy-fartsy. Nestes, o protagonista da história choca vezes sem conta com personagens tão ou mais perseverantes que o próprio, não tendo alternativa senão esquivar-se dos mesmos quando não consegue contornar as suas vontades. A história avança não tanto por iniciativa da seu personagem principal mas mais porque este procura na sucessão de acasos encontrar o seu próprio papel – ou, como nos diz a introdução, evitar ter algum.

Da introdução, “hurtling towards something” – vale bem a pena:

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O universo do livro remete-nos para uma leitura que se dá a muitas outras comparações possíveis dentro de um certo tom, um certo sentido, uma certa determinação transversal a várias BDs que recolhem as nossas preferências. Há não muito tempo publicámos aqui a nossa recente descoberta de uma dessas BDs. A propósito da presente obra, encontrámos numa crítica do TCJ de 2013 esta citação que resume a nossa estima ao género:

“This book is not autobiographical in the sense that’s it’s not literally about specific, true events, but it’s entirely autobiographical in that it depicts the way it felt (and feels) to be an artist, to be consumed by a “project,” to self-medicate one’s emotional pain by drinking, to negotiate a world full of people whose methods of communication are entirely one-way, and to alternately try to address and flee from moments of authenticity.”
http://www.tcj.com/reviews/sammy-the-mouse-book-2/

Ou, do back blurb pelo Anders Nilsen:

“Reading this book feels like watching storm clouds gather. There’s electricity in the air, and you know you shouldn’t stand at the window, but you kind of can’t wait to see the storm hit”

Que irónico que tenhamos encontrado este livro, recordado este tom, e terminado com estas citações, de todos os fins de semana, neste ?

1) The obligatory disclaimer which any writing about Dave Sim has to carry: yes, I believe he and his views on feminism are misogynist. When you state that “Women are inherently, self-evidently inferior beings,” and build your whole philosophy – your whole religion, your whole cosmology – around that, you’ve removed any possible doubt. I’m also one of those people who believes that Cerebus is an epically groundbreaking work that continually, over decades, imagined and pioneered new possibilities for the medium of comics, and that it can be read and enjoyed while ignoring the sporadic and unconvincing misogyny within. The how of that is a different discussion and a lengthy one.
https://suggestedformaturereaders.wordpress.com/2015/11/30/dave-sim-thought-aloud-to-himself/

Note to dragon lady: foste tu que me trouxeste das tuas viagens à Bélgica a primeira BD de sempre que li do Zak Sally: I keep tellin’ ya it’s all connected!


Acabamos de ler: como indexar OS POSITIVOS no Google entre melhores companhias: postar um artigo com Zak Sally, Dave Sim, Joshua W. Cotter e Anders Nilsen pelo meio, e repetir em rodapé. Bite me.

tantos mais ensaios